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sexta-feira, 18 de junho de 2010
Morreu José Saramago.
foto: www.greenpeace.org/raw/image_full/espana/photo
Morreu o escritor,jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português José de Sousa Saramago. Reconhecido internacionalmente e prémio Nobel de literatura em 1998, faleceu hoje em sua residência em Lanzarote, nas Ilhas Canárias em consequência de doença prolongada. A Literatura portuguesa e mundial perde um dos seus mais célebres membros aos 87 anos.
Passado, Presente, Futuro
Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.
Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.
Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"
Aprendamos, Amor
Aprendamos, amor, com estes montes
Que, tão longe do mar, sabem o jeito
De banhar no azul dos horizontes.
Façamos o que é certo e de direito:
Dos desejos ocultos outras fontes
E desçamos ao mar do nosso leito.
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"
*16/11/22 + 18/06/10
Fonte das poesias: O citador
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Grande perda para a literatura em língua portuguesa em especial, e para a literatura em geral. Dos livros escritos por ele que li, um que uso como fonte de referência até hoje é A História do Cerco de Lisboa, o meu preferido.
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